
Inicialmente baseado no senso comum de que o ar fresco e a imensidão de uma floresta fazem bem ao corpo e à mente, o banho de floresta logo começou a ser estudado e seus benefícios não tardaram a se comprovar. Atualmente, a técnica é usada como forma de medicina preventiva, tendo mostrado resultados na diminuição de cortisol, o principal hormônio causador do estresse, e da pressão arterial, além de melhorias na concentração e imunidade.
Praticar o banho de floresta japonês é muito simples, mas exige empenho do participante. A técnica propõe uma experiência meditativa, de silêncio, observação e trocas entre a pessoa e a natureza, sendo formada por exercícios muito semelhantes aos que mais tarde foram adotados pelas linhas de meditação mindfulness, como a observação detalhada de pequenos objetos, a caminhada lenta e com a atenção focada nos movimentos e a tentativa consciente de ampliar a percepção dos sentidos.
A sessão de shinrin-yoku começa com o deslocamento até uma floresta ou área verde, como um parque ou jardim botânico. O participante então deve se acalmar, observar o ambiente a sua volta e caminhar lentamente, prestando atenção ao movimento dos pé e deixando todos os sentidos atentos, permitindo uma imersão completa de sua consciência no ambiente da floresta. O silêncio e o contato com a natureza permitem serenar a mente e o corpo e ajudam a expandir o que é percebido pelos sentidos, sendo cientificamente aconselhado como método para reduzir o estresse.
O ideal é que a terapia florestal seja realizada de forma individual e sem interferências. Procure um ambiente natural tranquilo, vá sozinho e fique em silêncio ou, se for em grupo, combinem de só conversar ao final da experiência. Os estudos realizados comprovam que os benefícios podem ser sentidos com caminhadas a partir de 40 minutos, mesmo que sejam ocasionais – nesse caso, o ganho maior é emocional e de curto prazo. No método terapêutico, são propostas sete caminhadas de três horas cada, sendo uma por semana, para que o participante aos poucos vá treinando o corpo e a mente para aquietar-se e ampliar a percepção. O começo da prática pode ser feito com o aconselhamento de um guia, que o ajudará para que você possa prosseguir sozinho com as sessões de caminhada na natureza após as sete semanas iniciais.
Benefícios comprovados
O médico Yoshifumi Miyazaki, da Universidade de Chiba, no Japão, estuda o shinrin-yoku desde 1990 e, junto com outros pesquisadores, comprovou os benefícios da terapia florestal. Os resultados da pesquisa aprofundada, publicados em 2009, mostram que o contato com ambientes florestais reduziu em 13% a concentração de cortisol no sangue das pessoas analisadas, em 2% a pressão sanguínea e em 18% a atividade do sistema nervoso simpático, responsável pelas respostas involuntárias a situações de perigo e estresse, além de uma diminuição de 6% na frequência cardíaca. Os dados foram acompanhados por uma melhora de 56% na atividade do sistema nervoso parassimpático, que responde a situações de calma, indicando um relaxamento biológico.
Há ainda um estudo que mostra que os cheiros presentes em uma floresta agem de modo positivo no organismo humano, diminuindo o estresse e a irritação. Além disso, caminhar em uma área verde, como propõe o banho de floresta japonês, ajuda a estabilizar a pressão arterial e a fortalecer a imunidade das pessoas. A pesquisa analisou os efeitos dos óleos essenciais e dos odores emitidos pelas árvores e sustenta a hipótese de que os pinheiros estão entre os maiores potenciais terapêuticos de uma floresta”.
Finalizamos o evento com sucesso e voltando para Salvador a minha bagagem estava mais leve do que na volta. Por que? Porque o conhecimento fica muito leve quando construído coletivamente. Luz não pesa! E minha bagagem também ficou mais leve porque foram dias de trabalho de muitas trocas e trocas também não pesam! Agora, o mais leve de todos os itens é a gratidão. Nos dar asas!!!
A gente merece a vida inteira!
Jacqueline Moreno
Links relacionados:
Seja o primeiro a comentar