Quem sabe dançar tango, entende que um passo muda com o movimentar do outro. Com esta metáfora Tania Geluda Harkavi se referiu ao fim do conflito entre israelenses e palestinos que precisa ser uma ação bem coreografada entre as partes. Tania é judia israelense e uma das ativistas do movimento Women Wage Peace (Mulheres que Agem Pela a Paz) que juntamente com Julliet Kahwaji, árabe israelense se somam aos milhares de integrantes (20% são homens) e engrossam as fileiras a favor dos dois princípios que norteiam o movimento: um acordo de paz e participação das mulheres em tomadas de decisão sócio políticas estratégicas.
Tive a oportunidade de entrevistar e Tânia para jornal UJR (União do Judaísmo Reformista) quando ela e Juliet visitaram o Brasil para realizar palestras nas comunidades judaicas em 2017. E durante o diálogo com Rabino Ruben Sternschein da Congregação Israelita Paulista (CIP),Tânia esclareceu que a paz não é evento, mas sim um processo”, Juliet acrescentou o quão vital é desenvolver a capacidade de escuta e aceitação das nossas diferenças a fim de buscar uma solução sustentável”,
A sustentabilidade do movimento se deve também ao engajamento crescente de mulheres palestinas que não querem mais enterrar seus filhos e familiares. E esta visão de união de propósitos foi confirmada em outubro de 2017 com a Marcha da Esperança no Mar Morto quando o milagre aconteceu: 3 mil palestinas, incluindo crianças, adultas e idosas, se juntaram ao grupo.
Em janeiro de 2020, tive a oportunidade de encontrar face a face com Tânia em Tel Aviv, Israel, e ficou claro para mim que seguiríamos juntas na caminhada tendo como destino, a paz e a justiça social. O grupo Women Wage Peace no Brasil foi criado e o vídeo revelando o nosso apoio promete nos fortalecer com muito diálogo e ações em prol dos direitos humanos.
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Em maio ,o grupo Shirat Shevat Intercomunitário vinculado ao movimento Mulheres UJR realizou o encontro ” Sem Justiça, Não Há Paz: Mulheres Árabes e Judias Acreditam no Diálogo” com Tania Harcavi e Muna Omram, co-fundadora de Grupo de Estudos e Pesquisa do Oriente Médio (GEPOM)
Nós mulheres continuaremos marchando pelo acordo e igualdade e esta é a pegada deixada nos asfaltos das cidades, nos escombros dos assentamentos e areias dos desertos. Assim o fluxo da vida é mantido com os nossos pés andarilhos, tendo a esperança o respeito regendo a nossa sinfonia de propósito.
Juntem-se a nós e façam a paz atravessar fronteiras.
A gente merece a vida inteira!
Jacqueline Moreno é jornalista, escritora, tradutora, intérprete simultânea, educadora e pesquisadora na área de inteligência coletiva e cooperação. Apoia o Women Wage Peace (WWP). É diretora executiva da Vegah Soluções em Comunicações Internacionais.
Maravilhoso trabalho Jaqueline!!Que reverberem por todo planeta!