Camaleoa eu sou – Interpretação Simultânea: meu lugar de fala… também ??

2022 tem sido um ano bem cheio de movimentos e e-ventos remotos e agora cada vez mais presenciais.

A cabine física / remota de interpretação/tradução simultânea é um espaço sagrado.

É uma espécie de “camarim” onde nós, intérpretes nos preparamos para o inusitado, por mais que tenhamos estudado o assunto.
Nosso veículo é a nossa voz e quanto menos notados (as) somos, mais eficientes nos tornamos.

Temos uma natureza plural que se adapta aos vocabulários, sotaques e também às pessoas que assumem o palco dos acontecimentos.

Eu realmente amo este ofício por conta da riqueza de aprendizados.

A gente faz tudo literalmente para ficar no formato do evento e quanto mais diverso,melhor.

Certa vez , recebemos um dos elogios mais inesperados de uma ouvinte. Ela foi até a cabine, depois de finalizado o serviço e perguntou:

-Teve tradução?
Eu respondi prontamente.

  • Teve sim! Você teve algum problema com o receptor? Algum problema técnico?
    Ela respondeu rindo
  • Muito pelo contrário! Estava tão natural que eu achei que estava ouvindo a palestrante. Nem parecia que eu estava com fone ouvindo a tradução.

Que mágica é essa?

Acredito que esta “mágica” tem tudo a ver com a nossa entrega. A gente incorpora a voz e a linha de raciocínio da pessoa em outro idioma, simultaneamente.

Mudamos de cor sem jamais perder o tom, a calma e a elegância diante dos movimentos.

Nós intérpretes somos uma espécie de camaleão que faz as pedras do caminho virarem pontes e montanhas coloridas para conectar mundos, seguir adiante tendo a construção do conhecimento como início, meio, prazer e propósito

E como criaturas camaleônicas que somos, mudamos de idiomas e de cor, mas guardamos sempre um sorriso.
É preciso!

Vamos espalhar benefícios juntes!
Jacqueline Moreno

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